ETAR's

As ETAR’s (Estações de Tratamento de Águas Residuais) são unidades de processamento e purificação de efluentes de origem doméstica ou industrial (ETARI) para dentro dos parâmetros permitidos para descarga numa linha de água ou infiltração em solo. A Geonatura fornece, instala e apresenta soluções em toda a linha de tratamento de efluentes domésticos e industriais que podem ser divididas em cinco grandes etapas, consoante as necessidades de depuração:

 

etars

Pré tratamento

 

O pré tratamento está dividido em três fases: gradagem, desarenação e desengorduramento. Na gradagem é feita a separação dos sólidos de maiores dimensões através de uma gradagem manual ou sistemas automáticos de gradagem. O efluente é sujeito posteriormente a uma desarenação e desengorduramento, normalmente gravítica com auxílio de um pré arejamento. Estas fases podem ser processadas isoladamente ou num sistema compacto. A totalização de caudal normalmente é efetuada na linha final do pré tratamento através de sensor de nível ultrassónico instalado em canal parshall porém, em casos de oscilações abruptas de caudal que justifiquem a existência de um tanque de equalização, a totalização de caudal é efetuada à saída deste tanque.

 

Tratamento primário

 

O tratamento primário ou tratamento físico-químico é largamente usado na indústria e consiste numa mistura de processos físicos de decantação e químicos como a correção de pH, a coagulação e a floculação. A decantação nesta etapa é realizada por flotadores com recurso a ar dissolvido ou, por exemplo, a decantadores lamelares. A correção de pH é importante nesta etapa pois a maior parte das etapas seguintes do tratamento do efluente dependem de um intervalo de pH ideal. Grande parte da matéria poluente é também separada em fases de coagulação/floculação devido à agregação da matéria em flóculos de maior peso por intermédio de químicos coagulantes e floculantes. As lamas obtidas são encaminhadas para processamento.
Existem processos industriais que podem exigir uma depuração mais elevada nesta fase e ser necessário o recurso a sistemas de osmose inversa que permitem a obtenção de um efluente de elevada qualidade, tanto maior quanto menor a porosidade das membranas.

 

Tratamento secundário

 

O tratamento secundário ou tratamento biológico baseia-se nas reduções das cargas orgânicas de um efluente através da sua digestão anaeróbia e/ou aeróbia por microrganismos. É nesta fase que é reduzida a maior parte dos sólidos suspensos totais (SST), da carência química de oxigénio (CQO) e da carência bioquímica de oxigénio (CBO5). Esta etapa requer um decantador primário para a decantação das lamas primárias, um tanque aeróbio onde se promove a oxigenação do efluente necessária ao metabolismo da matéria orgânica pelos microrganismos e um decantador secundário que permite a decantação das lamas secundárias para serem recirculadas ou submetidas a processamento. Dos diferentes tipos de tratamento aeróbio destacam-se o sistema de lamas ativadas (mais eficiente), leitos percoladores, biodiscos, lagunagem e valas de oxidação.

 

Tratamento terciário

 

No caso de um determinado efluente possuir nutrientes específicos como o azoto ou o fósforo em concentrações demasiado elevadas é necessário um reservatório anóxico e anaeróbio respetivamente para o seu processamento. Apesar de na linha de tratamento estes reservatórios situarem-se entre o decantador primário e o tanque aeróbio, a remoção de nutrientes enquadra-se no tratamento terciário.
Nesta fase do tratamento o efluente já possui uma carga poluente suficientemente baixa ao ponto de permitir uma filtração num leito de areia calibrada e uma posterior desinfeção. Esta desinfeção deverá de ser por ultravioletas pois a cloração em efluentes origina organocloratos que prejudicam os ecossistemas. O efluente final permite o seu reaproveitamento para diversos fins que não o consumo como, por exemplo, a rega (tanto áreas recreativas como agrícolas), lavagens de pavimentos ou viaturas, combate a incêndios ou até mesmo em processos industriais. Deste modo promove-se uma gestão muito mais eficiente tanto dos recursos ambientais como económicos.

 

Tratamento das Lamas

 

Na linha final do tratamento iremos obter por um lado um efluente com um baixo nível de poluição e por outro lado vários tipos de lamas provenientes das diferentes etapas do tratamento. Estas lamas são constituídas por alguns nutrientes, matéria orgânica e químicos. Contudo, possuem também microrganismos patogénicos e um teor de humidade ainda elevado (cerca de 70%) e, consequentemente, precisam de ser desidratadas e desinfetadas para as tornar inertes através de sistemas de desidratação mecânica e/ou química e calagem das lamas. Através de uma gestão correta as lamas finais podem ser valorizadas através da sua utilização na agricultura como fertilizante ou até mesmo no setor dos combustíveis.